On the road
O que fotografo sou eu revestido de cor, movimento, sentido.
Era uma vez, o mundo.
Um lugar cheio de lugares. Ali moravam uns outros e eu. Eu que andava sempre carregando sonhos. Eu que me perdia no mundo, me arriscava em caminhos desconhecidos e em algumas esquinas costumava deixar algum sonho. Não era nenhuma Chapeuzinho vermelho, nem Sininho, nem Rapunzel. Não era alguém importante. Mas meus sonhos eram grandes, maiores talvez do que eu pudesse carregar. Nem por isso eu era triste, tampouco seca. Era tranquila e tinha mania de abrir a janela toda manhã para conferir se o sol nascia sempre do mesmo lado. Eu tinha dúvidas. Dúvidas que carregava junto com meus sonhos. Não tinha segredos, não tinha limites e às vezes era complicado entender minha simplicidade.
Eu era o lugar. E em cada lugar eu era um novo eu.
Fui acumulando o gosto pela caminhada. Fui andando mais e me tornando mais. Fui calma e fui cada vez melhor. E assim, ia sendo o que vivia, um pedaço de cada chão, um pouco de cada um. Ia sendo eu e o mundo.